O prazo para a implementação das tarifas de 25% sobre as importações do México e Canadá pelos Estados Unidos se aproxima, com o presidente Donald Trump confirmando que as medidas começarão a valer em 1º de fevereiro. Embora os impactos diretos ainda não sejam totalmente claros, analistas indicam que o comércio de carne bovina e gado vivo pode ser um dos setores mais afetados. A incerteza sobre quais produtos específicos sofrerão as tarifas também preocupa, especialmente no setor de proteína, mas estima-se que o impacto a curto prazo seja limitado, devido à falta de integração vertical dos principais processadores de carne, como JBS e Marfrig.
No caso do agronegócio, embora o Canadá seja responsável por grande parte das importações de fertilizantes para os EUA, a implementação de tarifas não deve ter um impacto significativo nos custos de produção. O setor de fertilizantes, por exemplo, representa uma parcela pequena das importações, com o impacto estimado em torno de 14% do consumo total. A análise sugere que, mesmo com as tarifas, o efeito sobre os custos gerais de produção nos Estados Unidos será moderado, o que indica que o agronegócio brasileiro não sofrerá grandes mudanças com essas medidas.
Por outro lado, os analistas apontam que o Brasil pode se beneficiar das tarifas impostas pela administração dos EUA à China, especialmente no que diz respeito à exportação de soja, que tem mostrado crescimento. No entanto, o país também enfrenta desafios econômicos internos, com riscos relacionados à volatilidade do real e aos impactos inflacionários provocados por um dólar mais forte. Além disso, o Brasil ainda pode enfrentar uma pressão adicional nas exportações, caso um novo acordo comercial entre EUA e China reoriente o fluxo de comércio e prejudique a competitividade brasileira, especialmente no setor de commodities agrícolas.