Tambaú (SP) tornou-se a primeira cidade no Brasil a utilizar inteligência artificial (IA) para mapear casos de hanseníase entre jovens e adultos. Em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, a prefeitura local realizou uma pesquisa com mais de 15,5 mil pessoas. A análise de um questionário de 14 perguntas permitiu identificar 464 casos suspeitos, dos quais 30 foram confirmados em dois anos. Esse método resultou em uma taxa de detecção sete vezes maior que a média estadual, destacando a eficácia da tecnologia no combate à doença.
A hanseníase é uma doença que afeta os nervos, causando perda de sensibilidade em diversas partes do corpo. Os principais sintomas incluem formigamento, dormência, manchas na pele e diminuição da força muscular. Caso não seja tratada precocemente, a falta de sensibilidade pode levar a lesões graves sem que a pessoa perceba. O diagnóstico precoce é crucial, pois permite o tratamento da doença enquanto os nervos ainda têm chance de se recuperar. A detecção precoce foi reforçada pelo uso de IA para identificar sinais da doença antes do aparecimento das lesões visíveis.
O tratamento da hanseníase é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) com apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS), e em uma semana após o início, o paciente deixa de ser transmissor da doença. Profissionais de saúde da cidade passaram por treinamento especializado para melhorar a detecção e o acompanhamento dos casos. A história de pacientes que buscaram tratamento a tempo, como a de Edvana Nepomuceno, ilustra a importância da conscientização sobre os sintomas e da busca por cuidados médicos para um tratamento eficaz.