O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou que a retirada dos agrotóxicos do rio Tocantins, após o colapso da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, não deverá ser concluída antes do fim de abril de 2025. O acidente, ocorrido em 22 de dezembro de 2024, envolveu o desabamento de um trecho da ponte, que resultou na queda de dois caminhões carregados com 22 mil litros de defensivos agrícolas e 76 toneladas de ácido sulfúrico. Até o dia 9 de janeiro, foram retiradas 29 bombonas com 20 litros de agrotóxicos, mas as condições do rio, com a vazão elevada, suspenderam os trabalhos de remoção desde o início de janeiro.
A profundidade do rio, que chega a mais de 40 metros, e a visibilidade limitada dificultam a operação de mergulhos necessários para retirar os recipientes. O Ibama estimou que o processo levará pelo menos 145 dias, desde que as condições da vazão do rio permitam a realização de mergulhos com segurança. Com a alta vazão da Usina Hidrelétrica de Estreito, que até meados de janeiro atingiu 7.532 m³/s, a expectativa é que os recipientes se desloquem, o que pode complicar ainda mais as buscas e a remoção dos produtos químicos.
Além dos esforços para a retirada dos agrotóxicos, a tragédia também causou a morte de 14 pessoas e deixou três desaparecidas. A reconstrução da ponte segue sendo investigada, e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) trabalha para viabilizar o transporte de passageiros e veículos por balsas, um processo que ainda não foi iniciado. A situação segue sendo monitorada pelas autoridades, com o acompanhamento de órgãos como a Polícia Federal e a Marinha do Brasil, que também têm se envolvido na fiscalização das operações de emergência.