O Supremo Tribunal Federal (STF) retomará em março o julgamento sobre a permanência do atual presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O processo envolve uma série de disputas judiciais que questionam a validade das assembleias que alteraram as regras de eleição na entidade e reconduziram o dirigente ao cargo. Até o momento, o único voto registrado é do ministro Gilmar Mendes, favorável à autonomia das entidades desportivas, com intervenção estatal apenas em casos de violação à Constituição ou investigações criminais. O julgamento foi suspenso em outubro após pedido de vistas do ministro Flavio Dino.
A controvérsia começou em 2023, quando o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro anulou as assembleias da CBF que definiram mudanças estatutárias, levando ao afastamento do presidente. A decisão gerou preocupações em órgãos internacionais como a Conmebol e a Fifa, que intervieram no caso. Posteriormente, Gilmar Mendes concedeu uma liminar que reconduziu o dirigente ao cargo, com base em pareceres favoráveis da Procuradoria-Geral da República e da Advocacia-Geral da União. A complexidade jurídica inclui ações civis, termos de ajustamento de conduta e disputas sobre a eficácia de decisões judiciais anteriores.
Enquanto o julgamento segue pendente, a política interna da CBF se movimenta. O estatuto da entidade foi alterado, permitindo reeleições para até três mandatos consecutivos, alinhando-se a regulamentos de entidades como Fifa e Conmebol. A próxima eleição promete ser mais competitiva, com articulações em andamento para a candidatura de novos nomes, sinalizando mudanças importantes no cenário do futebol nacional.