Os sonhos desempenham um papel fundamental na compreensão do inconsciente, funcionando como portais para a reflexão pessoal e criativa. A escritora Sheyla Smanioto e a psicóloga Eliane Berenice Luconi destacam como os sonhos podem revelar aspectos ocultos de nossa psique e influenciar decisões e atitudes na vida desperta. Sheyla utiliza os sonhos como inspiração para suas obras literárias, acreditando que são portais que conectam a consciência ao universo interior. Já Eliane enfatiza a função dos sonhos em nos mostrar partes de nós mesmos que muitas vezes ignoramos ou evitamos.
Na visão de Carl Gustav Jung, os sonhos têm uma função compensatória, trazendo à tona aspectos da personalidade que estão ocultos ou que não reconhecemos. O processo de explorar e interpretar os sonhos pode levar a uma ampliação da consciência, ajudando a resolver questões não abordadas na vida cotidiana. A psicóloga Clarissa Pinkola Estés complementa essa ideia ao tratar os sonhos como cartas de casa que, se não lidas, continuam a retornar até que sejam compreendidas, oferecendo pistas para o autoconhecimento e para o enfrentamento de desafios práticos.
Contudo, a sociedade contemporânea tem negligenciado a importância dos sonhos, trocando a introspecção e a imaginação criativa por uma abordagem técnica e racional. O neurocientista Sidarta Ribeiro alerta para as consequências desse abandono, sugerindo que a reconciliação entre a vigília e o sonho pode ser a chave para expandir a consciência coletiva e individual. Para resgatar o poder dos sonhos, ele recomenda práticas como evitar o uso de telas antes de dormir, manter uma rotina de sono saudável e anotar os sonhos ao acordar. Assim, os sonhos podem voltar a desempenhar seu papel de orientação e inspiração, tanto na vida pessoal quanto na sociedade como um todo.