Em depoimento à Polícia Civil, a sogra de uma mulher acusada de envenenar um bolo que causou a morte de três pessoas em Torres, no Rio Grande do Sul, relatou os eventos do dia 23 de dezembro. Zeli dos Anjos explicou que, embora inicialmente não quisesse preparar o bolo, acabou decidindo fazê-lo em memória do marido falecido, que também teria sido vítima de envenenamento. Durante o preparo, Zeli utilizou farinha de uma doação feita para vítimas de enchentes, mas notou que a farinha parecia de qualidade inferior. Ela não experimentou a massa nem percebeu algo estranho, mas ao ser consumido, o bolo causou reações adversas nos que o ingeriram.
As vítimas, incluindo familiares próximos, começaram a apresentar sintomas de envenenamento após consumirem o bolo. Zeli, que também ficou doente, relatou ter vomitado e sofrido com diarreia severa, mas foi hospitalizada e posteriormente liberada. Outras pessoas da família, como a sobrinha e a irmã de Zeli, faleceram devido à ingestão do bolo envenenado. A investigação revelou que o veneno utilizado foi arsênio, colocado na farinha por Deise, a acusada do crime, que teria matado previamente seu marido com o mesmo veneno. Zeli mencionou ainda um desentendimento familiar envolvendo o Natal, quando a acusada queria que ela passasse a data festiva com a família de Deise, mas ela preferia ficar com suas irmãs.
Deise foi presa em 5 de janeiro, e a investigação continua para esclarecer os detalhes dos crimes. O depoimento de Zeli, juntamente com as evidências coletadas, formam a base das investigações sobre o envenenamento que abalou a família e a cidade. A defesa da acusada declarou que ainda há diligências a serem realizadas, enquanto a polícia segue com o inquérito para elucidar completamente os fatos.