Em 2024, o setor público consolidado, que inclui a União, estados, municípios e empresas estatais, apresentou um déficit primário de R$ 47,6 bilhões, o equivalente a 0,4% do PIB, representando uma melhora significativa em comparação com 2023, quando o déficit foi de R$ 249,1 bilhões, ou 2,28% do PIB. Esse resultado reflete uma recuperação parcial das contas públicas, com destaque para o superávit de R$ 15,7 bilhões registrado em dezembro de 2024, frente a um déficit de R$ 129,6 bilhões no mesmo mês do ano anterior. A principal causa dessa recuperação foi a ausência de pagamentos de precatórios, que em 2023 totalizaram R$ 92,4 bilhões.
Em relação aos juros nominais, o setor público consolidado registrou um total de R$ 950,4 bilhões, o que corresponde a 8,05% do PIB, marcando um aumento considerável em relação aos R$ 718,3 bilhões (6,56% do PIB) de 2023. Este aumento é atribuído, em parte, ao impacto das operações de swap cambial, que geraram uma perda significativa de R$ 19,9 bilhões em dezembro de 2024, contrastando com o ganho de R$ 6,6 bilhões do ano anterior. O déficit nominal, que considera tanto o resultado primário quanto os juros, totalizou R$ 998 bilhões, ou 8,45% do PIB, um leve aumento em relação ao valor registrado em 2023, de R$ 967,4 bilhões.
A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) alcançou R$ 7,2 trilhões em 2024, representando 61,1% do PIB, com um aumento de 0,7 pontos percentuais em relação ao ano anterior. Este crescimento foi impulsionado principalmente pelos juros nominais mais elevados e pelo déficit primário. Por outro lado, a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), que inclui o governo federal, o INSS e os governos estaduais e municipais, atingiu 76,1% do PIB, totalizando R$ 9 trilhões. A situação fiscal de 2024 reflete desafios econômicos contínuos, mas também sinais de recuperação das finanças públicas.