O setor público consolidado do Brasil, formado pela União, Estados, municípios e estatais, registrou um déficit nominal de R$ 998,0 bilhões em 2024, o maior valor da série histórica desde 2002. O relatório divulgado pelo Banco Central no final de janeiro de 2025 destacou que o aumento no déficit se deve, principalmente, aos elevados gastos com juros da dívida pública, que totalizaram R$ 950,4 bilhões no ano passado. O Banco Central também informou que a taxa básica de juros deve aumentar para 14,25% ao ano em sua próxima reunião para tentar controlar a inflação, que se encontra fora da meta estabelecida.
O resultado nominal do setor público considera tanto o saldo entre receitas e despesas quanto os pagamentos de juros da dívida. Em 2023, o déficit havia sido de R$ 967,4 bilhões, portanto, houve uma piora no resultado no período de um ano. No pico do déficit de 2024, em julho, o valor alcançou R$ 1,128 trilhão, um número extremamente alto para as finanças públicas do país. Apesar do aumento no déficit nominal, o déficit primário, que exclui os pagamentos de juros, apresentou uma queda significativa, indo de R$ 249,1 bilhões em 2023 para R$ 47,6 bilhões em 2024.
Em relação à dívida bruta do governo geral, o índice fechou 2024 em 76,1% do PIB, com um aumento de 2,2 pontos percentuais em comparação ao ano anterior. O levantamento revelou que a dívida totalizou R$ 9 trilhões em valores nominais, refletindo o endividamento do governo federal, do INSS, além dos Estados e municípios. O crescimento da dívida bruta foi mais expressivo durante o governo atual, registrando um aumento de 4,4 pontos percentuais desde o início da gestão.