O setor de serviços no Brasil registrou o menor crescimento de 2024 em dezembro, com a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI) da S&P Global indicando uma desaceleração no ritmo de expansão. O PMI de serviços caiu de 53,6 em novembro para 51,6, marcando o segundo mês consecutivo de queda, embora ainda permanecendo acima da marca de 50, que indica crescimento. A desaceleração foi atribuída à demanda mais fraca em algumas empresas e ao aumento nos custos dos insumos, que registraram a maior alta em quase dois anos e meio, principalmente devido à desvalorização do real e aos custos mais altos com salários.
Apesar da desaceleração, o setor ainda viu um aumento na captação de novos negócios, marcando o 15º mês consecutivo de crescimento, embora a taxa de expansão tenha sido a mais baixa desde agosto. A confiança das empresas de serviços nas perspectivas futuras caiu para o menor nível em mais de três anos e meio, com preocupações em relação à continuidade do crescimento econômico. A pressão sobre os custos e a inflação elevada influenciaram a cautela das empresas, que enfrentam uma maior resistência por parte dos consumidores devido ao aumento das despesas e dos custos de empréstimos.
Em contrapartida, o emprego no setor de serviços apresentou a maior taxa de expansão desde agosto, impulsionado por medidas de reestruturação e pela resiliência da demanda. O setor, que tem um peso significativo no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, se manteve como um dos motores da economia em 2024, beneficiado pela baixa taxa de desemprego e pelo aumento da renda. Entretanto, as autoridades estão atentas ao risco de aceleração da inflação, especialmente em um cenário de aperto monetário pelo Banco Central. O PMI Composto, que inclui também a produção industrial, registrou queda de 53,5 para 51,5, refletindo o desempenho mais fraco do ano.