Nas próximas semanas, o Senado brasileiro definirá os presidentes das suas comissões permanentes, com o PSD e o MDB dominando as duas principais, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Esses cargos são atribuídos por meio de acordos políticos que envolvem o tamanho das bancadas, articulações partidárias e trocas de apoio, como no caso da eleição para a presidência da Casa. Os nomes que devem ocupar essas posições já estão sendo discutidos, com Otto Alencar (PSD-BA) como provável presidente da CCJ e Renan Calheiros (MDB-AL) para a CAE.
A escolha de Otto Alencar para a CCJ reflete uma troca estratégica de apoio político, já que ele havia cogitado candidatar-se à presidência do Senado, mas abriu mão da disputa para fortalecer a candidatura de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). A CCJ é um colegiado chave, responsável por aprovar ou barrar projetos constitucionais, e sua presidência por Otto também é vista como favorável ao governo federal, dado seu histórico de proximidade com o Palácio do Planalto. A CAE, por sua vez, terá em Renan Calheiros um presidente experiente, capaz de influenciar o ritmo das votações de projetos econômicos e até sabatinar indicados para cargos de relevância, como os do Banco Central.
Além dessas comissões, outras também terão suas presidências definidas. O PL, a segunda maior bancada, comandará as comissões de Infraestrutura e Segurança Pública, enquanto a Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo ficará com Dorinha Seabra (União Brasil-TO). O PT assumirá a Comissão de Meio Ambiente e a Comissão de Educação, que será presidida por Teresa Leitão. As comissões desempenham um papel crucial no processo legislativo, pois muitas vezes analisam projetos de forma exclusiva, podendo aprovar ou modificar propostas sem a necessidade de passar pelo plenário. Além disso, elas permitem que os senadores defendam os interesses de seus eleitores e de seus partidos.