Seis anos após o rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho, Minas Gerais, a realidade na região ainda é marcada por danos ambientais e humanos. A tragédia, que resultou na morte de 272 pessoas e na contaminação do Rio Paraopeba, deixou a população sem alternativas de renda e com graves problemas de saúde. A maioria dos atingidos não teve sua situação reparada, e a qualidade da água e do solo permanece comprometida. Para denunciar essa condição, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) organiza uma série de eventos em Belo Horizonte, entre os dias 24 e 25 de janeiro.
De acordo com o MAB, apesar de acordos firmados e recursos destinados à reparação, a mineradora Vale não cumpriu com as obrigações estabelecidas, como a dragagem de rejeitos e a recuperação das áreas afetadas. O movimento também destaca que os programas de reparação reconhecem apenas uma pequena parte das vítimas, e o auxílio emergencial concedido às famílias atingidas será drasticamente reduzido em breve. A situação é especialmente crítica para aqueles que dependiam dos recursos naturais da região, como pescadores e agricultores.
O MAB alerta para a falta de controle e participação da população nas ações de reparação ambiental, que são geridas pela própria mineradora. Além disso, o movimento defende a criação de uma assessoria técnica independente, composta por especialistas, para garantir que os atingidos compreendam os danos e possam reivindicar suas reparações adequadas. As discussões sobre os avanços e desafios da reparação continuam com reuniões e assembleias previstas para os próximos dias.