João Brant, secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social (Secom), criticou duramente a decisão da Meta de descontinuar o programa de checagem de fatos no Facebook, que ele interpreta como uma aliança com o governo dos Estados Unidos, especialmente com o ex-presidente Donald Trump. Segundo Brant, o anúncio de Mark Zuckerberg sugere uma postura política alinhada à agenda americana, que contraria políticas de proteção de direitos online adotadas pela União Europeia, Brasil e outros países.
Brant também se referiu ao impacto negativo da decisão sobre a confiança nas informações online, alegando que o fim da checagem de fatos e o enfraquecimento de políticas de moderação de conteúdo resultariam em um ambiente digital mais suscetível à desinformação. Ele destacou que a Meta está sinalizando sua disposição de priorizar a liberdade de expressão individual em detrimento da proteção a direitos coletivos, o que poderia beneficiar movimentos de extrema-direita. Para o secretário, a mudança nas políticas reflete uma articulação política com o governo dos EUA, contrariando a soberania digital de outras nações.
Além disso, Brant apontou que as novas ações da Meta reforçam a relevância de iniciativas internacionais, como as desenvolvidas pela União Europeia, Brasil, Austrália e organismos multilaterais como a ONU e o G20, para combater a desinformação e garantir a integridade das informações online. A Secretaria de Políticas Digitais, criada pelo governo Lula, tem como foco a promoção da liberdade de expressão e o enfrentamento à desinformação e ao discurso de ódio, buscando articular medidas de proteção digital e apoio a vítimas de violações de direitos.