O município de São Luiz do Anauá, em Roraima, enfrenta uma grave crise financeira, com um déficit de quase R$ 38 milhões devido a dívidas acumuladas pela administração anterior. Entre as pendências estão salários atrasados de servidores, dívidas com fornecedores, o INSS, e até com serviços essenciais, como funerárias. O prefeito recém-empossado, Chicão, decretou estado de calamidade pública por seis meses, buscando reverter a situação. O decreto também criou um comitê para revisar contratos e suspender despesas não essenciais, como pagamentos de horas extras e novos cargos.
A cidade de São Luiz, a menor de Roraima, com 7.315 habitantes, ainda enfrenta problemas relacionados ao sucateamento da infraestrutura e à paralisação de obras, incluindo projetos financiados por emendas. A situação ficou ainda mais difícil com a falta de acesso a documentos e informações essenciais durante a transição de governo, o que dificultou o planejamento das ações necessárias. O prefeito declarou que está buscando parcerias e negociações para resolver a situação financeira e saldar as dívidas, mas ainda não há previsão clara para a recuperação das finanças do município.
Além da crise administrativa e financeira, a cidade também viu o cancelamento de eventos, como a tradicional vaquejada, devido à falta de recursos. O Ministério Público de Contas questionou o decreto de calamidade, alegando que ele poderia abrir brechas jurídicas para a gestão atual evitar o pagamento de dívidas anteriores. O novo governo agora trabalha para reorganizar as contas municipais, renegociar dívidas e revisar a Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2025, enquanto tenta garantir a continuidade dos serviços essenciais e resolver os atrasos de pagamentos.