A pesquisa da consultoria LCA 4intelligence aponta que, apesar dos reajustes no salário mínimo, o poder de compra não deverá melhorar ou retornar aos níveis anteriores à pandemia até 2026. Em novembro de 2024, o salário mínimo no Brasil tinha o poder de compra de 1,7 cestas básicas, um patamar mantido desde 2020, bem abaixo das duas cestas que representavam o poder aquisitivo médio entre 2010 e 2019. Fatores como a valorização do dólar, a desvalorização do real e a alta contínua da inflação dificultam a recuperação do poder de compra.
Embora o reajuste de 7,5% no salário mínimo para 2025 seja projetado com base na inflação e no crescimento do PIB, ele não deverá resultar em um aumento significativo no poder de compra em relação à cesta básica. O cenário econômico é afetado por uma série de fatores globais e domésticos, como a crise gerada pela pandemia de Covid-19 e a guerra na Ucrânia, que impactaram a cadeia de produção e os preços dos alimentos, pressionando a inflação, especialmente para as camadas mais pobres da população.
A pesquisa também revela um crescente pessimismo entre os brasileiros, com 67% acreditando que a inflação piorará em 2025, um aumento significativo em relação ao ano anterior. A desvalorização do real e os impactos econômicos internacionais são apontados como fatores que continuarão a pressionar os preços. A expectativa é de que o poder de compra do salário mínimo permaneça estável até 2026, com projeções negativas para a recuperação nos próximos anos.