Os presidentes da Rússia e do Irã assinaram, nesta sexta-feira, um tratado de parceria estratégica de 20 anos, ampliando significativamente a cooperação militar e de segurança entre os dois países. O acordo prevê o fortalecimento de laços em áreas como serviços de segurança, treinamento militar conjunto, visitas a portos de navios de guerra e exercícios militares. Embora não inclua uma cláusula de defesa mútua, o pacto estabelece que nenhum dos países permitirá que seu território seja utilizado para ameaçar o outro, e que trabalharão juntos para combater ameaças militares. A parceria também abrange áreas econômicas e comerciais, com Putin destacando a importância da redução da burocracia e a superação de dificuldades impostas pelas sanções ocidentais.
O tratado foi visto como um reflexo da crescente aliança estratégica entre Moscou e Teerã, que têm compartilhado interesses comuns, especialmente em relação a questões internacionais e à guerra na Ucrânia. Além disso, a Rússia tem colaborado com o Irã no fornecimento de tecnologia militar e no desenvolvimento de infraestrutura energética, como a construção de um gasoduto entre os dois países. Durante o evento, Putin e Pezeshkian destacaram a criação de um “mundo multipolar”, sem dar atenção às pressões externas, incluindo as de países ocidentais. Pezeshkian também expressou apoio à diplomacia, sugerindo que a guerra na Ucrânia poderia ser resolvida por meio de negociações.
A aproximação entre Rússia e Irã tem gerado preocupações no Ocidente, principalmente devido ao uso de drones iranianos nas operações militares russas na Ucrânia e às acusações de fornecimento de mísseis balísticos. Moscou, embora reconheça a estreita cooperação com Teerã em áreas sensíveis, não confirma detalhes sobre o fornecimento de armamentos. O fortalecimento desses laços se insere em uma tendência mais ampla da Rússia de estreitar relações com países considerados adversários dos Estados Unidos, como a Coreia do Norte e Belarus, além da China.