Em Pequim, Zhang Yachun encontrou no BooBoo, um robô de pelúcia alimentado por inteligência artificial, um novo amigo e uma forma de aliviar a ansiedade e o isolamento social. O robô, que se assemelha a um porquinho-da-índia e custa cerca de R$ 1,1 mil, tem sido cada vez mais procurado por jovens que enfrentam dificuldades emocionais. Zhang, que possui um histórico de ansiedade, relatou que o BooBoo a ajuda a se sentir acompanhada, cumprindo o papel de um amigo que a apoia nas situações cotidianas.
O mercado de robôs sociais, como o BooBoo, está em ascensão na China, com a expectativa de um crescimento expressivo nos próximos anos. Especialistas apontam que esse fenômeno está relacionado à crescente pressão social e à falta de interações pessoais devido ao ritmo acelerado de vida, especialmente entre os mais jovens. Produtos como o BooBoo, além de outros robôs como cães-robô, estão sendo desenvolvidos para atender às necessidades emocionais de indivíduos que se sentem isolados, compensando a falta de companhia humana.
Esse tipo de tecnologia não se limita a jovens. Em famílias com crianças pequenas, o uso de robôs como o Baby Alpha também tem se tornado comum, embora com algumas ressalvas sobre sua capacidade de substituir um animal de estimação verdadeiro. Pesquisadores sugerem que essa busca por companhia artificial pode ser impulsionada por fatores sociais e econômicos, como a política do filho único e a intensa competição no mercado de trabalho, que limitam o tempo para a convivência familiar e a construção de relações pessoais mais profundas.