A oferta da Nippon Steel de US$ 14,9 bilhões pela U.S. Steel, que foi rejeitada pelo governo Biden, enfrentou resistência não apenas de autoridades políticas, mas também de concorrentes da indústria. Lourenço Gonçalves, CEO da Cleveland-Cliffs, que fez uma proposta não solicitada pela U.S. Steel em 2023, desempenhou um papel ativo ao gerar incertezas sobre as chances de sucesso da fusão. Gonçalves manteve uma série de conversas com investidores, expressando dúvidas sobre o possível fechamento do acordo, afirmando que a intervenção do presidente dos EUA seria inevitável.
Embora a U.S. Steel tenha rejeitado a proposta de Cleveland-Cliffs devido a preocupações com a regulação antitruste, a oferta da Nippon Steel se tornou politicamente polarizada. Os presidentes Joe Biden e Donald Trump se opuseram à fusão, especialmente após protestos de sindicatos como o United Steelworkers, que temiam que a transação prejudicasse a indústria de aço dos EUA. As preocupações de segurança nacional foram uma justificativa central para o bloqueio do acordo, com o Comitê de Investimento Estrangeiro nos EUA (CFIUS) não conseguindo chegar a um consenso.
O governo dos EUA e as empresas envolvidas na fusão negaram que as declarações de Gonçalves tenham influenciado a decisão de Biden, embora ele tenha sido citado por investidores como alguém que antecipava o bloqueio do acordo. As ações de Gonçalves geraram impactos negativos nas ações da U.S. Steel, mas não foi possível comprovar que suas ações tenham sido determinantes para o desfecho. O caso ilustra a complexidade das fusões em setores estratégicos e as tensões entre interesses privados e considerações de segurança nacional.