A Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou planos para lançar, em 2026, um programa de combate à obesidade com a utilização dos medicamentos semaglutida e liraglutida. Inicialmente indicados para o controle da diabetes, esses medicamentos se tornaram populares por sua eficácia na perda de peso. Embora a inclusão no Sistema Único de Saúde (SUS) ainda não tenha sido aprovada, o município acredita que o uso desses medicamentos pode gerar economia ao reduzir internações e complicações associadas à obesidade e diabetes. A utilização das substâncias será parte de um tratamento integrado, com acompanhamento nas Clínicas da Família, incluindo dieta, exercícios e possíveis intervenções como a cirurgia bariátrica.
A semaglutida e a liraglutida são agonistas do GLP-1 e têm se mostrado eficazes no controle glicêmico e na redução de peso, com benefícios adicionais para a saúde cardiovascular. Esses medicamentos são frequentemente utilizados em programas privados, mas seu alto custo ainda limita o acesso em larga escala. O Rio de Janeiro busca reduzir o impacto financeiro desses tratamentos, especialmente com a diminuição dos custos após a quebra das patentes da semaglutida e o aumento da produção de versões genéricas da liraglutida.
No entanto, o uso desses medicamentos fora do contexto clínico, como para fins estéticos, tem gerado preocupações devido aos riscos à saúde. Especialistas alertam sobre o uso indiscriminado de semaglutida e liraglutida, que pode causar efeitos colaterais adversos e agravar problemas psicológicos, como distúrbios alimentares e distorções da imagem corporal. A venda sem a devida orientação médica é um problema crescente, o que motivou uma carta aberta de diversas sociedades científicas que pedem mais regulamentação e controle sobre o acesso a esses medicamentos.