O acervo digitalizado de revistas como *Manchete*, *Manchete Esportiva* e *Revista do Rádio*, disponível na Biblioteca Nacional, oferece um valioso retrato dos primeiros títulos mundiais da seleção brasileira, em 1958 e 1962. Entre as publicações mais interessantes está uma reportagem de 1957 da *Manchete Esportiva*, que retratou o jovem Pelé aos 16 anos, ainda desconhecido para o grande público, mas com uma carreira promissora. A revista fez previsões acertadas sobre seu futuro, destacando sua habilidade no futebol e sua crescente popularidade pelo Brasil. Pelé também foi descrito como um garoto fã de cinema, com um “único vício” sendo os filmes, especialmente os de ação com atores como Burt Lancaster.
Além de Pelé, outros jogadores da seleção de 1958 também ganharam destaque na imprensa da época. A *Revista do Rádio* mencionou que o capitão Bellini, após o título mundial na Suécia, foi assediado por produtores de Hollywood, que viam nele um potencial para o cinema. No entanto, Bellini demonstrou preferir o futebol aos estúdios, com uma postura focada em sua carreira esportiva. A *Manchete Esportiva* também destacou a imagem de Mazzola, outro craque da seleção, comparando-o a uma estrela de cinema como James Dean, além de ressaltar seu estilo de vida tranquilo e sua paixão pela dança.
Essas publicações mostram como o futebol brasileiro já era visto com grande admiração, tanto nacional quanto internacionalmente, e como os jogadores da seleção de 1958 estavam longe de serem apenas atletas, mas também figuras de grande relevância cultural. As reportagens não só revelam detalhes da vida pessoal dos jogadores, como também reforçam a relação entre o futebol e o cinema, duas formas de entretenimento que, à época, compartilhavam o mesmo fascínio popular.