Khalid Sheikh Mohammed, um dos detentos mais conhecidos da prisão de Guantánamo, estava prestes a se declarar culpado pelos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, mas o processo sofreu uma reviravolta. Em um julgamento marcado para o dia 10 de janeiro de 2025, o acusado, após acordos judiciais com a promotoria, deveria confessar sua participação nos atentados, que resultaram na morte de quase 3.000 pessoas. No entanto, uma decisão de um tribunal federal de apelações suspendeu a audiência, permitindo mais tempo para revisar os pedidos do governo, que tenta evitar que os acordos de confissão sejam cumpridos.
As audiências de julgamento de Mohammed, que se arrastam há mais de uma década, são complexas, em grande parte devido às alegações de tortura sofrida pelo detido enquanto esteve sob custódia dos Estados Unidos. Durante anos, ele foi submetido a técnicas de interrogatório questionadas, o que gerou debates sobre a validade das provas obtidas e o impacto no processo judicial. O governo dos EUA tem tentado revogar os acordos firmados no ano anterior, argumentando que permitir as confissões sem um julgamento completo privaria o público de um julgamento transparente e do potencial para uma sentença de morte.
Embora algumas famílias das vítimas dos atentados tenham criticado os acordos, considerando-os insuficientes, outras os veem como uma forma de finalmente encerrar o longo processo judicial. A prisão de Guantánamo, inaugurada após os ataques de 11 de setembro, continua sendo um local de controvérsia devido às condições de detenção e ao tratamento dos presos. Com o número de detentos reduzido ao longo dos anos, a prisão permanece no centro do debate sobre segurança, direitos humanos e justiça.