Alina Kabaeva, ex-ginasta olímpica e figura proeminente na Rússia, voltou recentemente aos holofotes ao promover sua academia de ginástica Sky Grace, um movimento que gerou especulações sobre sua relação com o presidente Vladimir Putin e as conexões com a elite russa. A academia, que surgiu em 2022, se tornou um exemplo de favoritismo no país, com um status único que permite a Kabaeva controlar aspectos do esporte, incluindo o calendário e os torneios, fora das normas estabelecidas para a ginástica rítmica. Essa estrutura reflete uma crescente influência de figuras próximas a Putin, além de levantar questões sobre a ausência de transparência na gestão do esporte e das finanças públicas.
Apesar de sua carreira esportiva de sucesso, Kabaeva tem se mantido reclusa e fora do foco da mídia desde que se aposentou em 2007. No entanto, sua ascensão política e a sua liderança na mídia russa, em cargos ligados a aliados próximos de Putin, foram acompanhadas de perto pela imprensa, principalmente após o início da guerra na Ucrânia e as sanções internacionais. Nesse cenário, ela passou a ocupar mais uma vez o centro das atenções, com sua academia ganhando relevância e visibilidade, enquanto o governo russo a associava a um projeto de maior alcance internacional.
O contexto da guerra e o impacto das sanções ocidentais têm provocado mudanças no comportamento das figuras da elite russa, com alguns membros da família de Putin, como suas filhas, começando a aparecer mais publicamente. A estratégia de Kabaeva, ao contrário de sua postura anterior, parece responder a uma nova dinâmica em que o segredo e a discrição já não são tão valorizados como antes. Com isso, a Sky Grace se projeta não só como uma academia de ginástica, mas também como um símbolo das relações de poder e da falta de controle sobre os recursos e privilégios no país.