Donald Trump assume a presidência dos Estados Unidos em um cenário de grandes mudanças econômicas, com foco no protecionismo e na limitação da concorrência estrangeira. Entre as principais propostas estão o aumento das tarifas de importação, cortes de impostos domésticos e a intensificação da produção de energia, incluindo fontes como petróleo e gás natural. Essas ações podem gerar efeitos significativos para a economia global, com repercussões diretas para o Brasil, principalmente em áreas como comércio exterior, inflação e mercado de trabalho.
A possível implementação de tarifas mais altas sobre produtos importados pode afetar diretamente as exportações brasileiras para os EUA, nosso segundo maior parceiro comercial. Isso resultaria em uma balança comercial mais desequilibrada, pressionando a entrada de dólares no país e gerando impactos inflacionários. Além disso, a proposta de Trump de reduzir impostos domésticos pode provocar um aumento nas taxas de juros nos EUA, o que, por sua vez, fortaleceria o dólar e colocaria o Brasil em uma posição de vulnerabilidade em relação ao mercado financeiro.
Em relação ao setor de energia, a reversão de restrições ao mercado de petróleo e gás nos EUA pode trazer novas oportunidades para o Brasil, especialmente no setor de óleo e gás. Contudo, também há preocupações sobre uma menor colaboração internacional na transição energética e no combate às mudanças climáticas. O domínio republicano nas duas casas do Congresso, aliado à popularidade de Trump, pode facilitar a aprovação dessas políticas e acelerar sua implementação, o que exigirá que o Brasil se reestruture para lidar com as novas dinâmicas econômicas e comerciais.