Durante a ditadura militar no Brasil, entre 1964 e 1985, muitas pessoas desapareceram ou foram mortas em razão de sua oposição ao regime. Recentemente, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou a retificação das certidões de óbito de 434 vítimas políticas, que agora serão oficialmente reconhecidas como mortes violentas causadas pelo Estado. Entre essas vítimas, estão dois cidadãos de Sorocaba, São Paulo, que tiveram suas histórias revisadas e suas causas de morte oficialmente alteradas para refletir a repressão sofrida.
Entre os casos mais emblemáticos, estão os de Marcos Antônio Dias Baptista, o desaparecido político mais jovem do Brasil, e Alexandre Vannucchi Leme, que também foi torturado até a morte. Ambos, naturais de Sorocaba, representam a luta das famílias e a busca pela verdade histórica. Marcos foi preso ainda muito jovem, enquanto Alexandre, estudante universitário, foi capturado, torturado e morto pelo regime militar. O reconhecimento oficial dessas mortes tem sido um passo fundamental para a reparação histórica, embora muitos detalhes ainda faltem ser esclarecidos, como o paradeiro dos restos mortais de algumas dessas vítimas.
A retificação das certidões de óbito é vista como um reconhecimento das atrocidades cometidas durante o período da ditadura e uma forma de dar justiça às famílias que por anos buscaram respostas. Para as vítimas e seus entes queridos, esse processo representa não apenas a correção de registros oficiais, mas também o reconhecimento da responsabilidade do Estado nas mortes e desaparecimentos. A luta continua, e a importância desse reconhecimento permanece viva na memória das famílias e na história do Brasil.