Em 8 de janeiro de 2023, durante atos violentos, diversas obras de arte e relíquias históricas foram destruídas no Palácio do Planalto, incluindo um relógio do século XVII, trazido ao Brasil pela família real portuguesa. A peça foi danificada de forma irreparável, mas, após passar por um processo cuidadoso de restauração, foi enviada à Suíça, onde recebeu o tratamento necessário para ser reconstruída com precisão. Sua recuperação transformou o relógio em um símbolo de resiliência democrática, representando a memória e a continuidade da cultura nacional. A primeira-dama do Brasil, Janja da Silva, destacou a importância de preservar o patrimônio histórico como um antídoto contra as tentações autoritárias.
Além do relógio, outras 17 obras de arte do Palácio do Planalto passaram por intensos processos de restauração. A equipe de restauradores, que incluiu professores e especialistas, teve que lidar com danos significativos, como o quadro “As Mulatas”, de Di Cavalcanti, e a escultura de Frans Krajcberg, que foram danificados de maneira violenta. A recuperação dessas peças foi um trabalho colaborativo que exigiu criatividade, habilidade técnica e paciência, resultando em um retorno triunfante dessas obras ao espaço público.
O esforço de restauração foi considerado um marco de superação e celebração da arte e da democracia. Como destacou Rogério Carvalho, diretor curador dos palácios presidenciais, a devolução dessas obras ao povo brasileiro simboliza a recuperação não apenas do patrimônio, mas também da memória coletiva e da resistência frente aos ataques à democracia. A restauração dessas obras não apenas restaurou o que foi destruído, mas também reforçou a importância de manter viva a história e a cultura do país.