A reforma tributária sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva inclui as carnes na cesta básica nacional, isentando-as de impostos como PIS, Cofins e IPI. Essa medida, que será implementada de forma gradual até 2033, gerou discussões sobre seu impacto nos preços da carne. Economistas, no entanto, ressaltam que a inclusão das proteínas na cesta básica não significa necessariamente uma queda no preço. Fatores como a oferta de carne no mercado, o valor do dólar e os custos de produção, como os impactos climáticos, influenciam muito mais o preço do que a tributação.
Apesar da isenção de impostos federais, os preços das carnes podem continuar a ser influenciados por tributos estaduais e municipais, como o ICMS e o ISS, que variam de acordo com a localidade. Além disso, a redução de custos com tributos nem sempre se reflete diretamente no preço final, pois os empresários não são obrigados a repassar a isenção para os consumidores. Em estados como São Paulo, onde o ICMS sobre as carnes é elevado, a reforma pode resultar em uma diminuição no preço do produto.
O preço da carne vem subindo nos últimos meses, acumulando uma inflação significativa, e outros fatores são apontados como principais responsáveis por esse aumento. A alta do dólar torna a exportação mais atrativa para os produtores, diminuindo a oferta interna. Além disso, o ciclo de abates do gado também afeta a quantidade de carne disponível no mercado, com períodos de maior ou menor oferta. Mesmo com a isenção tributária, a tendência é que a carne se mantenha cara em comparação a outros produtos alimentícios, o que pode manter o poder de compra do consumidor relativamente estável.