A proposta do governo de reduzir as alíquotas de importação para alimentos, visando a diminuição dos preços internos, tem sido criticada por economistas e especialistas. O economista Luis Otávio de Souza Leal apontou que o impacto fiscal da medida seria mínimo, mas destacou que a sinalização do governo pode ser negativa, considerando os desafios fiscais do país. Leal também afirmou que, apesar do pequeno efeito direto, tal medida pode ser vista como prejudicial, pois pode ser interpretada como um passo em direção a um problema fiscal mais grave.
A crítica também recai sobre a eficácia da medida para conter a inflação, especialmente no caso das carnes, que enfrentam uma escassez global. Outro ponto abordado pelos analistas é a viabilidade de redução das tarifas de importação do milho, tanto da Argentina quanto dos Estados Unidos. O especialista Francisco Queiroz afirmou que, mesmo com a diminuição das taxas, o milho importado dificilmente seria competitivo no mercado brasileiro, devido ao valor elevado e à alta logística envolvida nas operações de importação e exportação simultâneas.
Além disso, Queiroz alertou para os possíveis efeitos negativos na produção nacional de milho, principalmente na segunda safra, que representa a maior parte da produção do país. A medida, se implementada, poderia desestimular os produtores, afetando a oferta e possivelmente aumentando a insegurança no setor agrícola, que já enfrenta desafios com a alta de custos e a variabilidade do mercado global.