Em 2024, o número de pedidos de recuperação judicial no Brasil atingiu um recorde histórico, superando os índices de 2016. Esse aumento de 61,8% em relação ao ano anterior, com destaque para as micro e pequenas empresas, reflete os desafios econômicos enfrentados por essas empresas, que ainda sofrem os efeitos da pandemia de Covid-19, como a queda no fluxo de caixa e o aumento da inadimplência. Embora os pedidos de falência tenham apresentado uma leve redução, o crescimento da recuperação judicial demonstra a importância desse mecanismo para a sobrevivência das empresas e a preservação dos empregos.
A recuperação judicial tem se mostrado uma alternativa viável para muitas empresas, pois permite renegociar dívidas e reestruturar compromissos financeiros. Contudo, os empresários enfrentam dificuldades para atrair novos credores e resolver os impactos da crise econômica, que inclui a alta dos juros e a redução do crédito disponível. Em muitos casos, a solução passa pela renegociação extrajudicial, que evita a necessidade de formalizar um pedido de recuperação judicial, mas que também exige um esforço contínuo para evitar a falência.
Apesar do aumento significativo nos pedidos de recuperação judicial, especialistas alertam que não é momento para pânico, pois o processo é uma forma legal e eficaz de reerguer as empresas. O sistema judicial precisa dar prioridade a esses processos para garantir que as empresas consigam retomar seu crescimento e honrar seus compromissos financeiros. A recuperação judicial, se bem conduzida, pode ser a chave para a continuidade dos negócios, desde que os empresários se dediquem ao processo e busquem soluções negociadas com os credores.