O governo de Luiz Inácio Lula da Silva atingiu um marco histórico em 2024, com uma arrecadação recorde de R$ 2,65 trilhões, um aumento de quase 10% em relação ao ano anterior, já descontada a inflação. Este crescimento é atribuído ao aquecimento da economia e ao aumento do consumo, além de medidas como a taxação de fundos offshore e exclusivos. A arrecadação é o maior valor registrado desde que começaram os levantamentos fiscais há 30 anos, refletindo uma gestão que conseguiu elevar a receita federal.
Entretanto, o recorde de arrecadação não foi suficiente para evitar o déficit nas contas públicas. O governo continua gastando mais do que arrecada, uma promessa não cumprida de controlar os gastos públicos. A principal explicação para isso é a política de vinculação das despesas obrigatórias ao crescimento da receita, como no caso do salário mínimo. Esses aumentos automáticos de gastos ampliam o descompasso entre arrecadação e despesa, perpetuando a situação de déficit.
Além disso, especialistas alertam para o fato de que algumas fontes de receita que contribuíram para o recorde não são recorrentes, o que torna difícil sustentar esse nível de arrecadação no futuro. A utilização de manobras fiscais e metodologias questionáveis, como a exclusão de determinadas despesas, pode mascarar a realidade das finanças públicas. O resultado final é que, enquanto a arrecadação bate recordes, a dívida pública continua a crescer, o que levanta preocupações sobre a sustentabilidade das contas do governo.