Em 2024, o governo federal brasileiro alcançou uma receita líquida recorde de R$ 2,21 trilhões, o maior valor da série histórica desde 1997. Apesar deste desempenho positivo, a arrecadação não foi suficiente para cobrir os elevados gastos públicos, que apresentaram uma leve redução real de 0,7% em comparação com o ano anterior. Os dados, corrigidos pela inflação, indicam uma queda nas despesas federais para R$ 2,25 trilhões, com a ajuda dos precatórios, que são dívidas decorrentes de decisões judiciais.
O déficit primário do governo federal foi de R$ 43 bilhões em 2024, representando 0,36% do PIB, mas com a exclusão dos gastos com enchentes e queimadas, o valor caiu para R$ 11 bilhões, ou 0,09% do PIB. A arrecadação federal, por sua vez, somou R$ 2,71 trilhões no ano, um aumento de 8,9% em relação a 2023. O bom desempenho do mercado de trabalho e a redução da taxa de desemprego contribuíram significativamente para o aumento das receitas tributárias.
A diminuição dos gastos públicos em 2024 foi impulsionada pelo pagamento de precatórios, que somaram mais de R$ 90 bilhões no primeiro ano de governo e caíram R$ 32,7 bilhões em 2024. Os pagamentos de dívidas relacionadas à previdência e aos encargos sociais também apresentaram redução, com quedas de R$ 16,8 bilhões e R$ 39,4 bilhões, respectivamente. A gestão dessas despesas ajudou a conter o crescimento dos gastos públicos, mas o déficit primário ainda foi uma preocupação para o governo.