Após a substituição do ministro Paulo Pimenta pelo marqueteiro Sidônio Palmeira na Secretaria de Comunicação Social, cresceu a expectativa por mudanças mais amplas na Esplanada dos Ministérios. A bancada do PSD, com 44 deputados, tem pressionado o governo por uma melhor redistribuição de espaços. Atualmente, o partido controla três ministérios, mas apenas a pasta da Pesca está sob a responsabilidade de sua bancada na Câmara. Considerada de pouca influência e recursos, a Pesca não atende às demandas da sigla, que reivindica posições mais estratégicas, como o Turismo ou a Funasa, promessas feitas e não cumpridas.
A movimentação ocorre em um cenário de dificuldades para o governo na formação de maiorias na Câmara. O PSD argumenta que sua fidelidade e apoio em votações importantes, como no Pacote Fiscal, não têm sido devidamente recompensados. Deputados do partido destacam que, enquanto outras siglas ocupam pastas mais significativas sem garantir o mesmo nível de comprometimento, o PSD tem entregue resultados expressivos para o governo. A redistribuição de espaços ministeriais, portanto, é vista como essencial para fortalecer a articulação política antes do início do próximo ano legislativo.
A pressão por mudanças também reflete um descontentamento mais amplo entre aliados do governo. O presidente da Câmara, Arthur Lira, já havia sugerido a necessidade de um “freio de arrumação” nos ministérios, destacando a disparidade entre partidos que têm grandes espaços e entregam pouco e aqueles que, com menores posições, contribuem significativamente. Essa reavaliação busca reequilibrar forças, aumentar a governabilidade e minimizar as tensões políticas que têm impactado o Planalto.