Em 2024, o Brasil registrou um número alarmante de queimadas em suas Unidades de Conservação (UCs), com mais de 2,35 milhões de hectares de áreas devastadas, afetando gravemente o meio ambiente e a economia do país. O custo ambiental dessas queimadas é vasto, incluindo a destruição da biodiversidade, a emissão de grandes quantidades de gases de efeito estufa e a perturbação do ciclo hidrológico. No entanto, as consequências econômicas desse desastre, muitas vezes ignoradas, também são profundas, impactando setores como o turismo ecológico, a agricultura sustentável e até mesmo a saúde pública devido ao aumento de doenças respiratórias causadas pela fumaça.
O turismo ecológico, que depende da preservação das áreas protegidas, é um dos setores mais afetados. As queimadas tornam essas regiões inviáveis para visitação, resultando em perdas financeiras significativas para as comunidades locais e municípios que dependem da receita do turismo. Na agricultura, os danos são duplos: além de destruir pastagens e cultivos em propriedades rurais próximas às UCs, as queimadas também comprometem o potencial dos sistemas agroflorestais, que visam a integração entre a produção agrícola e a conservação ambiental, dificultando a transição para práticas mais sustentáveis e resilientes.
A destruição das áreas protegidas também agrava a crise climática. As emissões de gases de efeito estufa intensificam o desmatamento e dificultam o cumprimento das metas climáticas do Brasil no Acordo de Paris. Além disso, a ampliação dos incêndios pode resultar em sanções internacionais e perda de financiamentos para iniciativas ambientais. Diante desse cenário, a proteção e o manejo adequado do fogo se tornam fundamentais. Investir na conservação dessas áreas não é apenas uma questão ambiental, mas uma estratégia econômica, já que estudos mostram que cada real investido na prevenção de incêndios pode gerar retornos significativos por meio da redução de danos e do fomento a atividades econômicas sustentáveis.