A correção nos juros futuros brasileiros de médio e longo prazo foi impulsionada pela queda nos rendimentos dos Treasuries e pela desvalorização do dólar, ocorrendo às vésperas da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). A ponta curta da curva, entretanto, apresentou pressão devido à piora das expectativas inflacionárias apontadas pelo boletim Focus, mantendo-se perto dos ajustes. A projeção da taxa Selic terminal foi ajustada para 16,25% em dezembro de 2025, com a taxa de depósito interfinanceiro (DI) para 2026 e 2027 apresentando quedas leves.
Nos Estados Unidos, a redução das taxas de juros também colaborou para a tendência de queda nos juros futuros brasileiros. A pressão sobre os rendimentos dos Treasuries foi causada por um clima de aversão ao risco, que se intensificou após o avanço do chatbot R1, da startup DeepSeek, gerando receios sobre a competitividade global dos EUA em inteligência artificial. Esse movimento reforçou a especulação de uma possível desaceleração econômica dos Estados Unidos, o que abriria espaço para uma redução nos juros no longo prazo.
Além disso, uma pesquisa política sobre a perda de popularidade do presidente Lula impactou o comportamento dos juros, com o mercado antecipando um possível cenário de maior responsabilidade fiscal no futuro. A deterioração das expectativas de inflação, como apontado pelo boletim Focus, também pressionou as taxas de juros curtas, enquanto as projeções de inflação para 2025 e 2026 seguiram em alta, com o IPCA de 2025 superando o teto da meta estipulada.