O superávit da balança comercial brasileira caiu 24,6% em 2024, somando US$ 74,552 bilhões, conforme dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Essa redução foi impulsionada pela queda nos preços de produtos agrícolas, como soja e milho, e pelo aumento expressivo das importações, reflexo da recuperação econômica. Apesar da retração, o saldo do ano ainda é o segundo maior da série histórica iniciada em 1989. As exportações registraram recuo de 0,8%, enquanto as importações subiram 9%, somando US$ 262,484 bilhões.
Produtos como soja e milho sofreram impactos de condições climáticas adversas, como enchentes no Sul e seca no Sudeste e Centro-Oeste, o que contribuiu para a queda de 19,4% no valor exportado de soja e de 39,9% no milho. Em contrapartida, o petróleo bruto se destacou como principal produto exportado, com aumento de 5,2% no valor e 10,1% no volume, apesar da redução nos preços médios. No geral, o volume total de exportações cresceu 3%, enquanto os preços médios recuaram 3,6%. Do lado das importações, o aumento de 17,2% no volume refletiu a maior demanda interna, mesmo com a redução de 7,4% nos preços médios.
Em dezembro, a balança comercial registrou superávit de US$ 4,803 bilhões, queda de 48,5% em relação ao mesmo mês de 2023. O desempenho foi influenciado pela combinação de preços mais baixos das commodities, redução da safra e maior demanda por importações. O setor agropecuário teve queda de 20,4% no volume exportado, com destaque negativo para soja, milho e café. No segmento industrial, a retração atingiu 19,4% no volume exportado de produtos como petróleo e minério de ferro. As perspectivas para 2025 indicam superávit entre US$ 60 bilhões e US$ 80 bilhões, com exportações e importações projetadas em níveis mais equilibrados.