A queda no número de nascimentos tem se tornado uma preocupação global, refletindo-se também em cidades da região de Ribeirão Preto. Nos últimos dez anos, o número de nascimentos caiu cerca de 20% nessas localidades, o dobro da média nacional. A diminuição da natalidade é explicada por fatores diversos, como questões financeiras, mudanças no papel da mulher na sociedade, transformações na concepção de família e preocupações ambientais. Especialistas alertam que a mudança demográfica pode impactar áreas como a previdência social e a saúde pública, já que a redução da população jovem pode aumentar a pressão sobre os sistemas previdenciários e de saúde.
Além dos fatores econômicos, muitas mulheres têm optado por não ter filhos, com a decisão muitas vezes baseada em fatores pessoais e profissionais, como a valorização da liberdade e o foco na carreira. A relação com a maternidade tem mudado, com mulheres priorizando sua independência e sendo mais críticas à pressão social para cumprir papéis tradicionais de gênero. As mudanças na estrutura familiar e as novas perspectivas sobre o trabalho e a educação também têm contribuído para essa tendência.
A diminuição da taxa de natalidade, somada ao envelhecimento da população, pode reduzir a força de trabalho e afetar o crescimento econômico. O professor Luciano Nakabashi destaca que essa transformação trará desafios econômicos, como a redução da produtividade e o aumento das dificuldades para sustentar o sistema previdenciário. Embora os benefícios para a qualidade de vida dos idosos tenham aumentado, o envelhecimento populacional implica maiores custos para a saúde pública e privada, o que poderá levar a um aumento nos preços dos convênios de saúde.