O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que a Ucrânia poderia encontrar uma maneira legal de retomar negociações de paz com a Rússia para encerrar o conflito, que já dura quase três anos. Contudo, Putin ressaltou que não percebe disposição por parte de Kiev para esse fim. Em uma entrevista, ele afirmou que a legitimidade de Volodymyr Zelensky para negociar é questionada, pois, segundo Moscou, seu mandato terminou em maio de 2024 sem a realização de novas eleições. Para Putin, se a Ucrânia quisesse avançar nas negociações, a liderança do parlamento ucraniano poderia assumir a responsabilidade, conforme prevê a Constituição do país.
Putin reiterou que, embora haja um caminho legal para prosseguir com as conversas, a falta de vontade de Kiev impede que isso aconteça. Ele ainda sugeriu que os aliados ocidentais da Ucrânia, caso apoiassem essa ideia, poderiam facilitar a realização das negociações. Além disso, ele mencionou a possibilidade de revogar um decreto presidencial ucraniano de 2022 que, segundo Moscou, bloqueia qualquer tipo de diálogo com a Rússia. Zelensky, por sua vez, defende que esse decreto visa apenas barrar negociações com grupos separatistas, não com a Rússia.
A questão da legitimidade de Zelensky é um ponto central nas declarações de Putin. O governo ucraniano, no entanto, sustenta que o presidente continua sendo o legítimo líder do país devido à imposição da lei marcial desde o início da invasão russa em 2022. Para Kiev, o estado de guerra impede a realização de eleições, mantendo a legalidade de Zelensky no cargo.