Os mercados privados, que englobam fundos, capital de risco, emissão de dívida, infraestrutura, commodities e imóveis, têm experimentado um crescimento significativo nos últimos anos. Segundo dados da McKinsey, os ativos sob gestão desses mercados chegaram a US$ 13,1 trilhões em 2023 e têm apresentado uma taxa de crescimento de 20% ao ano desde 2018. Esse crescimento, no entanto, pode esconder riscos para a economia global, como aponta o colunista do Financial Times, John Plender, que sugere que a próxima crise financeira pode surgir desses mercados.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) alerta para os riscos associados ao crescimento acelerado do crédito privado e a crescente competição entre bancos em grandes transações. Esse cenário pode resultar na deterioração dos preços de ativos e no enfraquecimento de padrões de subscrição, o que aumenta a probabilidade de perdas de crédito no futuro. Esses fatores tornam os mercados privados mais vulneráveis a instabilidades financeiras, com possíveis repercussões no sistema financeiro global.
Além disso, Plender observa que, por anos, os mercados privados têm captado mais recursos do que os mercados públicos, alimentados pela transparência e pela fluidez de informações nesses ambientes. No entanto, com o encolhimento dos mercados públicos, essa dependência da transparência tem se reduzido, o que, na visão do colunista, aumenta as incertezas sobre a sustentabilidade desse modelo de crescimento. Esse enfraquecimento das bases de confiança nos mercados pode ser um dos elementos-chave para o surgimento de uma crise financeira nos próximos anos.