No quarto dia após o aumento das passagens de transporte público em São Paulo, centenas de pessoas saíram às ruas para protestar contra os reajustes. A tarifa do transporte municipal subiu de R$ 4,40 para R$ 5,00, enquanto o valor das passagens sobre trilhos foi reajustado de R$ 5,00 para R$ 5,20. Segundo os organizadores, cerca de 2.000 manifestantes participaram da mobilização, que teve início na frente da prefeitura e seguiu pelo centro da cidade, com destino ao Vale do Anhangabaú. Durante o ato, os participantes expressaram descontentamento com o aumento, além de reivindicarem a gratuidade no transporte público e se oporem às privatizações do setor.
O aumento das tarifas foi anunciado pela prefeitura no dia 26 de janeiro, após reunião do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT). A administração municipal justificou o reajuste com a argumentação de que o valor das passagens não havia sido alterado nos últimos cinco anos e que existem gratuidades para determinados grupos, como idosos, estudantes e pessoas com deficiência. No entanto, opositores apontaram que o aumento compromete ainda mais o orçamento da população de baixa renda, sem um debate mais amplo sobre a questão. A crítica central foi a falta de uma discussão mais profunda sobre as alternativas de financiamento do sistema de transporte público.
O movimento Passe Livre, que tem origem nas mobilizações iniciadas no ano 2000 em Florianópolis, defende a ampliação da gratuidade no transporte e tem sido uma das principais vozes contra o aumento das tarifas. Embora o movimento tenha perdido parte de sua força nos últimos anos, ele continua ativo, tanto nas redes sociais quanto em ações de rua como a realizada em São Paulo. Os protestos de hoje refletem uma continuidade das lutas do movimento, que ao longo das últimas décadas tem questionado a gestão do transporte público e a participação do poder público no financiamento do sistema.