No último domingo, 5, centenas de sul-coreanos saíram às ruas enfrentando o frio intenso e a neve para protestar contra a prisão do presidente deposto Yoon Suk-yeol, que foi removido do cargo após uma tentativa fracassada de promulgar a lei marcial. A ordem de prisão emitida em 30 de dezembro expiraria no dia 6 de janeiro, mas sua execução foi marcada por um impasse entre investigadores e agentes de segurança presidencial, que impediram a entrada dos oficiais na residência do ex-presidente. A tensão aumentou com a presença de manifestantes em frente à casa de Yoon, alguns dispostos a permanecer lá até a resolução do impasse.
Yoon, que enfrenta acusações de insurreição, está escondido desde dezembro e sob proteção de um grande esquema de segurança. A tentativa de promulgar a lei marcial foi vista como um golpe contra a ordem constitucional, gerando caos político e várias reações da oposição. O Partido Democrata, além de pedir a dissolução dos serviços de segurança que protegem Yoon, questiona a constitucionalidade da sua resistência ao cumprimento das ordens judiciais. O governo, por sua vez, se vê pressionado a cooperar com as investigações em curso.
A situação política do país se complica ainda mais com a marcação, para 14 de janeiro, do julgamento do impeachment de Yoon, que ocorrerá mesmo na sua ausência. O Tribunal Constitucional tem até 180 dias para decidir se a destituição será confirmada ou se o presidente será restituído ao cargo. A instabilidade continua a alimentar protestos e debates sobre a gravidade das ações de Yoon, enquanto o país se prepara para um capítulo decisivo em sua crise política.