A Comissão de Saúde aprovou uma proposta que estabelece a obrigatoriedade de protocolos específicos para o atendimento de pessoas que tentaram o suicídio nos serviços de urgência e emergência. A iniciativa busca uniformizar o atendimento nas instituições de saúde públicas e privadas, garantindo assistência humanizada, rápida e eficaz. O protocolo incluirá triagem e primeiros socorros para identificar riscos de vida, intervenções clínicas e de saúde mental, além de um plano de segurança individualizado com participação familiar e monitoramento contínuo dos casos atendidos.
A proposta também prevê parcerias entre órgãos públicos, ONGs, instituições de ensino e associações profissionais para treinar os profissionais que atuam diretamente com a violência autoprovocada. Além disso, contempla campanhas de conscientização e pesquisas para avaliar a eficácia do protocolo. As medidas serão integradas à Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio, o que, segundo a relatora do projeto, permitirá ações mais coordenadas e efetivas, mesmo em regiões com limitações de recursos humanos.
O projeto, que ainda precisa ser analisado pelas comissões de Finanças e Tributação e de Constituição e Justiça e de Cidadania, representa um avanço no enfrentamento do problema. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio anualmente no mundo, e no Brasil, o número de casos cresceu 43% entre 2010 e 2019. A proposta, se aprovada, contribuirá para a redução desses números e a melhoria do acolhimento a pessoas em situação de risco.