O projeto World, que registra a íris de pessoas em São Paulo, recorreu da decisão da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) que determinava a suspensão dos pagamentos para quem se cadastrasse no programa. O recurso foi aceito, o que possibilitou a continuidade da operação sem alterações até que o caso seja definitivamente analisado. A ANPD justificou sua decisão alegando que o pagamento poderia influenciar indevidamente a adesão ao projeto, especialmente entre pessoas em situações de vulnerabilidade.
A World, que está ampliando seus postos em São Paulo, oferece criptomoedas em troca do registro da íris, prática que gerou controvérsia nas redes sociais. Desde o retorno do projeto em novembro de 2024, o número de participantes subiu significativamente, passando de 115 mil para mais de 400 mil em janeiro de 2025. A empresa afirma que o pagamento serve como incentivo para a adesão ao projeto, mas muitos participantes indicam que o fazem em busca da compensação financeira, sem entender completamente os usos do dado pessoal coletado.
A ANPD tem investigado o projeto desde novembro, especialmente considerando que a coleta de íris para pagamento em criptomoedas pode ser vista como um incentivo indevido, afetando especialmente os mais vulneráveis. A agência ainda analisará se houve descumprimento da ordem de suspensão e o Conselho Diretor decidirá sobre o futuro da operação. O projeto, que envolve a coleta da íris, segue sendo um tema de debate sobre privacidade e ética no Brasil.