A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) lançou o programa Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) Cerrado em Pé, que oferece remuneração a proprietários rurais que se comprometerem a conservar a vegetação nativa em áreas que poderiam legalmente ser desmatadas. As inscrições, que devem ser realizadas no Portal Ambiental até 15 de março, contemplam áreas fora de reservas legais e áreas de preservação permanente (APPs). Nesta primeira fase, o programa abrange nove municípios e destina recursos a propriedades com no mínimo dois hectares e no máximo cem hectares de áreas passíveis de supressão vegetal.
Com um investimento inicial de R$ 20 milhões, sendo 30% voltados a comunidades tradicionais, como quilombolas, o programa prioriza imóveis próximos a unidades de conservação, áreas estratégicas para corredores ecológicos e locais com remanescentes de ecossistemas específicos do Cerrado. Os valores pagos anualmente variam: R$ 664 por hectare para propriedades que restaurarem nascentes degradadas e R$ 498 por hectare para outras áreas protegidas. O objetivo é compensar financeiramente os proprietários pelo papel na conservação ambiental, com recursos oriundos do Fundo Estadual do Meio Ambiente (Fema).
O PSA Cerrado em Pé surge como uma inovação frente às dificuldades de assegurar o equilíbrio entre uso sustentável da terra e conservação ambiental apenas por meio de leis e fiscalização. A iniciativa busca fomentar práticas que aliam preservação e desenvolvimento econômico, oferecendo uma solução complementar para proteger o bioma Cerrado de forma mais eficaz e participativa.