O procurador-geral da República, Paulo Gonet, se posicionou favoravelmente à manutenção do ministro Kassio Nunes Marques como relator da Operação Overclean no Supremo Tribunal Federal (STF), que apura desvios de emendas parlamentares. Embora a Polícia Federal tenha solicitado a transferência da relatoria para o ministro Flávio Dino, Gonet argumentou que não há conexão direta entre os casos em investigação e os processos anteriores sob a responsabilidade de Dino. A decisão final ficará a cargo do presidente do STF, Luís Roberto Barroso.
A Operação Overclean investiga o desvio de R$ 1,4 bilhão em contratos do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Regional. O caso foi levado ao STF após a inclusão de um parlamentar como citado na investigação. A disputa sobre a relatoria começou em janeiro, quando a Justiça Federal sugeriu que o caso fosse atribuído a Flávio Dino, mas a sorteio determinou Kassio Nunes Marques como responsável pela investigação.
A apuração da operação envolveu a apreensão de mais de R$ 1,5 milhão e investigações sobre contratos firmados entre o Dnocs e empresas suspeitas de envolvimento em fraudes. Estima-se que a organização criminosa tenha movimentado cerca de R$ 825 milhões em 2024, em contratos com diversas entidades públicas. A Polícia Federal também prendeu pessoas ligadas a administrações locais e à gestão de emendas parlamentares no Estado da Bahia.