A prisão de Corina Machado, uma das principais líderes opositoras ao governo de Nicolás Maduro, intensifica o distanciamento entre o Brasil e a Venezuela, conforme apontam assessores próximos ao presidente Lula. Embora a prisão de Machado, ocorrida durante uma manifestação contra Maduro em Caracas, não tenha sido uma surpresa devido à crescente repressão política na Venezuela, ela reforça a postura de Lula em defesa da democracia, que, segundo seus assessores, não poderia ser flexível diante do regime venezuelano.
A situação política na Venezuela tem se agravado desde as eleições de julho, que não foram reconhecidas pela oposição. A Corte Eleitoral venezuelana, dominada por aliados de Maduro, não divulgou as atas detalhadas dos resultados, enquanto a oposição afirma que Edmundo González, um dos principais adversários de Maduro, venceu as eleições com ampla vantagem. A disputa gerou um clima de tensão, com acusações de fraude e a prisão de vários opositores, incluindo membros da família de González.
A crise política na Venezuela também envolve ameaças de repressão contra líderes oposicionistas. Embora a vitória de González tenha sido respaldada por várias nações, incluindo os Estados Unidos, o governo de Maduro continua a refutar esses resultados e a promover ações de perseguição contra a oposição. Com a expectativa de que González retorne à Venezuela para assumir a presidência, as autoridades venezuelanas já anunciaram a intenção de prendê-lo, intensificando ainda mais as divisões políticas no país e as relações diplomáticas com o Brasil e outras nações.