Norberto Mânica, condenado por participação em uma chacina que ocorreu em 2004 em Minas Gerais, foi preso na última quarta-feira (15) em Nova Petrópolis, na serra gaúcha. O crime, que resultou na morte de três auditores fiscais e um motorista do Ministério do Trabalho, aconteceu enquanto as vítimas investigavam denúncias de trabalho análogo à escravidão. A prisão de Mânica segue a execução das sentenças impostas pelo crime, sendo ele condenado a 64 anos de prisão em 2023 por homicídio qualificado e formação de quadrilha.
A chacina de Unaí, como ficou conhecida, ocorreu no dia 28 de janeiro de 2004 e foi um dos episódios mais emblemáticos envolvendo a fiscalização de condições de trabalho no Brasil. Mânica e seu irmão, também condenado, foram apontados como mandantes do crime, que teve como vítimas fiscais responsáveis pela apuração de denúncias sobre condições de trabalho em áreas rurais. A investigação, conduzida pela Polícia Civil, revelou que Mânica estava escondido em Nova Petrópolis, onde tentou ocultar sua identidade com um nome falso.
Além dos irmãos Mânica, outros envolvidos na trama também receberam penas por participação direta ou indireta nos assassinatos. A prisão de Mânica, após anos de investigações e apurações, reforça o compromisso das autoridades brasileiras com a justiça, apesar da longa espera por respostas. A chacina de Unaí, que completou 20 anos, permanece como um marco na luta contra práticas de trabalho escravo no país e na busca por responsabilização dos envolvidos em tais crimes.