O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, anunciou sua decisão de renunciar à liderança do Partido Liberal, após nove anos à frente da sigla. Apesar da renúncia, ele continuará no cargo de primeiro-ministro até que um novo líder seja escolhido por meio de um processo competitivo. Trudeau explicou que a decisão foi tomada devido à pressão crescente de parlamentares do partido e a baixa popularidade nas pesquisas, que indicam uma derrota iminente nas próximas eleições, previstas para até o final de outubro. Ele afirmou que o país merece uma escolha real e que, com as batalhas internas, não seria a melhor opção para a próxima eleição.
A popularidade de Trudeau, que foi eleito pela primeira vez em 2015 e reeleito duas vezes, começou a declinar nos últimos dois anos, principalmente devido ao aumento dos preços e à crise de habitação. Mesmo com tentativas de reverter essa situação, o partido deve enfrentar uma forte concorrência nas urnas, com a oposição liderada pelos conservadores de Pierre Poilievre. O Parlamento canadense está suspenso até março, e a oposição já sinalizou a intenção de derrubar o governo assim que possível, com a possibilidade de uma moção de desconfiança a partir de maio, caso o Parlamento não retorne até o final de março.
Recentemente, Trudeau enfrentou uma crise interna no governo, que culminou na saída da ministra das Finanças, Chrystia Freeland, uma das aliadas mais próximas do primeiro-ministro. Freeland se opôs a propostas de mais gastos e acusou Trudeau de tomar decisões políticas ao invés de focar nas necessidades do país. Esse episódio aumentou as críticas dentro do Partido Liberal, tornando a renúncia de Trudeau ainda mais iminente. A mudança de liderança ocorrerá enquanto o Canadá se prepara para desafios econômicos e políticos significativos, com a aproximação da nova presidência dos Estados Unidos.