Enquanto o Hemisfério Sul da Terra enfrenta as altas temperaturas do verão, Marte experimenta o início de sua primavera no Hemisfério Norte. Com a chegada dessa estação, as temperaturas começam a subir e o gelo que recobre a superfície do planeta vai se tornando mais fino. Isso provoca avalanches e explosões de gás dióxido de carbono, que escapam do solo marciano. Como a atmosfera de Marte é extremamente tênue, ela não permite a formação de líquidos na superfície. Portanto, em vez de derreter lentamente, o gelo sublima, passando diretamente de sólido para gasoso.
As mudanças sazonais em Marte são visíveis por meio de imagens capturadas pelo Mars Reconnaissance Orbiter (MRO), uma sonda lançada pela NASA em 2005. Esses registros fornecem informações detalhadas sobre como a paisagem do planeta muda durante as estações e revelam o impacto das variações de temperatura nas superfícies de gelo. O fenômeno é acompanhado de perto por cientistas, como Serina Diniega, que estuda as superfícies planetárias e descreve o processo como uma série de explosões e rachaduras, ao invés de um derretimento gradual.
Esses eventos geram uma série de fenômenos espetaculares em Marte, como o levantamento de grandes nuvens de gás e a formação de dunas de areia. A observação desses processos pode fornecer pistas importantes sobre a dinâmica atmosférica e geológica de Marte, além de possíveis implicações para a habitabilidade do planeta. A NASA segue monitorando essas mudanças para entender melhor como o clima marciano pode suportar ou não formas de vida.