Os preços dos principais produtos agrícolas no Brasil deverão seguir tendências distintas em 2025, conforme indicam análises de especialistas do setor. Para os grãos, a expectativa é de queda nos preços devido à supersafra brasileira, que deve alcançar 322,42 milhões de toneladas, e ao cenário econômico global mais fraco. A soja e o milho, que são os produtos mais importantes, devem ter preços menores, impulsionados pela oferta forte e pela demanda estável, apesar de incertezas quanto à recuperação da economia chinesa, principal importadora de grãos. No entanto, a desaceleração da economia global e os elevados estoques mundiais também devem pesar na formação de preços.
Por outro lado, a pecuária no Brasil apresenta um cenário diferente, com previsões de aumento nos preços, principalmente da carne bovina. A demanda interna e externa, aliada à oferta restrita, deve levar a uma alta significativa nos preços do boi gordo e do bezerro, enquanto as carnes de frango e suína também devem registrar crescimento, embora em menor proporção. A retração na produção dos Estados Unidos e a maior demanda internacional pela carne brasileira são fatores que devem contribuir para essa tendência. No mercado doméstico, o aquecimento da economia, com menores taxas de desemprego e aumento da renda das famílias, também favorece o consumo de carne bovina.
Além disso, as commodities softs, como o café e o açúcar, devem manter preços elevados, impulsionados por uma oferta restrita. No caso do café, o ano de bienalidade negativa e os efeitos climáticos adversos resultaram em uma produção menor, o que pode gerar novos recordes de preços no curto e médio prazo. A produção de açúcar também deve ser limitada pela seca e pelas queimadas, afetando a safra de 2025. No entanto, as previsões para outras commodities, como o suco de laranja e o algodão, indicam estabilidade de preços, com pouca variação esperada para este ano.