O cenário macroeconômico brasileiro para 2025 apresenta desafios significativos, com pressão sobre a nova diretoria do Banco Central, especialmente sobre Gabriel Galípolo, e preocupações com a credibilidade da autarquia. Economistas como Fernando Genta e Solange Srour destacam que as despesas públicas continuam elevadas e as políticas monetárias, em sua visão, devem ser mais rigorosas para controlar a inflação. A expectativa é que a taxa Selic possa continuar alta, até 15,5%, dado o cenário de inflação persistente, ainda que o governo busque um caminho de redução das taxas de juros mais rapidamente do que o necessário.
A política fiscal também é um ponto crítico, com a expansão de gastos obrigatórios, como o Bolsa Família, colocando pressão adicional sobre o governo. Apesar de esforços para reduzir essas despesas, as reformas fiscais parecem ser limitadas, e o risco de aumento das taxas de juros se mantém. Os especialistas sugerem que ajustes fiscais significativos podem não ser alcançados no curto prazo, mas são essenciais para melhorar a confiança do mercado no futuro. Para Solange Srour, o cenário atual se aproxima de uma “dominância fiscal”, onde a política monetária precisa lidar com a falta de estabilidade na dívida pública.
O impacto da economia americana também é uma preocupação, com a expectativa de um crescimento moderado nos Estados Unidos, que pode afetar o Brasil, especialmente com uma política monetária mais apertada e juros elevados. Genta e Solange concordam que o prêmio de risco está subindo, o que traz desafios adicionais ao mercado doméstico. A combinação de inflação ainda alta e incertezas políticas internas e externas exige uma postura cautelosa para 2025, com o mercado observando atentamente as ações do Banco Central e as políticas fiscais do governo.