O presidente da Argentina, Javier Milei, lamentou a ausência de Jair Bolsonaro na cerimônia de posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, em Washington, marcada para o dia 20 de janeiro. Durante o baile de gala que antecedeu o evento, Milei afirmou que a decisão de barrar a presença de Bolsonaro foi consequência do governo brasileiro, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva. Contudo, a restrição não foi uma ação direta do Executivo brasileiro, mas uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que manteve a proibição de Bolsonaro deixar o país.
A medida de Moraes foi tomada após a negativa de pedidos da defesa de Bolsonaro para a devolução de seus passaportes, com a justificativa de que o ex-presidente representaria risco de evasão da justiça. O ministro apontou que Bolsonaro havia manifestado apoio a ideias de fuga do Brasil, em especial no contexto dos acontecimentos de 8 de janeiro. Bolsonaro, por sua vez, expressou frustração e constrangimento por não poder comparecer à posse, sendo representado pela esposa, Michelle Bolsonaro, e pelo filho, o deputado Eduardo Bolsonaro.
Em declarações posteriores, Bolsonaro afirmou que espera o apoio de Trump para reverter sua inelegibilidade no Brasil, mencionando semelhanças entre suas situações políticas e as enfrentadas por Trump. O ex-presidente brasileiro não detalhou, no entanto, como o apoio do líder norte-americano poderia influenciar a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o declarou inelegível por oito anos.