O Ibovespa voltou a recuar nesta quarta-feira, pressionado pela retomada de temores relacionados à possível imposição de tarifas pelo governo dos Estados Unidos sob a gestão de Donald Trump. A postura protecionista esperada para a nova administração impactou os mercados globais, levando o principal índice da bolsa brasileira a perder o patamar dos 120 mil pontos e a retornar ao terreno negativo no acumulado de janeiro. A alta do dólar e a abertura da curva de juros também refletem a influência externa e as incertezas locais.
Apesar de alguns sinais positivos, como o aumento nas cotações do petróleo, o impacto não foi suficiente para conter as quedas das ações da Petrobras e de outras empresas relevantes no mercado. Especialistas destacam que o cenário técnico permanece desfavorável, com poucos gatilhos claros para impulsionar o Ibovespa no curto prazo. A falta de clareza na política fiscal brasileira e os juros elevados são apontados como fatores que mantêm os investidores em postura defensiva.
Além disso, relatórios indicam que o mercado pode enfrentar maior volatilidade diante da possibilidade de Trump declarar emergência econômica nos EUA, o que poderia justificar um novo pacote de tarifas. Internamente, a produção industrial brasileira apresentou crescimento anual, mas o recuo mensal reforça as apostas em uma Selic elevada por mais tempo. Com isso, o mercado segue sensível às movimentações externas e às incertezas fiscais domésticas, em um ambiente de ajustes e cautela.